Três estudantes egressos do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp UERJ) embarcaram para o Japão, no último dia 1° de abril, para uma jornada de quatro anos ininterruptos de estudos na graduação em Relações Internacionais da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (TUFS). Paula Coelho Santos, Pedro Araújo de Mendonça e Valentina Magno da Silva Pereira participaram, no ano passado, de um processo seletivo da TUFS composto por análise curricular, entrevistas, proficiência em inglês e redação. Graças à ampliação do acordo de cooperação e intercâmbio entre a UERJ e a TUFS, desde 2015 alunos do Ensino Médio passaram a ter a possibilidade de cursar a graduação com bolsa integral na instituição japonesa. Dos interessados, quatro foram aprovados, porém uma estudante acabou desistindo por motivos pessoais.

Atualmente com 18 anos, os três ingressaram no CAp no sexto ano do Ensino Fundamental e vieram de escolas particulares. Todos tiveram o apoio irrestrito da família e de amigos em todas as etapas da seleção. Os professores do CAp, na opinião deles, desempenharam papel de grande relevância na formação estudantil de cada um. “No início desse ano, já começamos a ter aulas particulares de japonês com professores da TUFS pela internet”, conta Paula, que tem uma irmã estudando na França. Valentina conta que chegou a ficar em dúvida e optou por procurar orientação vocacional. “Até mesmo se ficasse no Brasil, não saberia por qual carreira optar. Com apoio dos meus pais, acabei trabalhando essa ideia do intercâmbio”, relembrou. Já Pedro chegará ao solo nipônico com os planos futuros traçados. “Quero tentar carreira no Itamaraty ou na ONU e não descarto o mestrado no exterior”, adiantou. Para a pedagoga do CAp, Cátia Caldas, a experiência será muito importante para a formação e para a carreira profissional dos três jovens: “Na TUFS, eles terão a oportunidade de conviver com estudantes de outros países e de aprender outros idiomas. Já estamos nos preparando para participar novamente do processo seletivo que possibilitará que novos estudantes do Ensino Médio possam ngressar na TUFS em 2017”.

A professora Elisa Figueira de Souza Corrêa, do Setor de Japonês do Departamento de Letras Clássicas e Orientais, do Instituto de Letras da UERJ, avalia que a inauguração do Global Japan Office, no último dia 18 de março, representa um estímulo a mais para outros tipos de intercâmbio na universidade. “A ideia é que esse escritório seja uma verdadeira ponte entre o Brasil e o Japão. Vai ser um bom suporte para os interessados de todas as áreas do conhecimento, seja da graduação ou mesmo da pós. O intercâmbio é uma experiência fantástica”, explicou.

Histórico
O relacionamento institucional da UERJ com os japoneses remonta ao ano de 1999, quando foi lançado, na Faculdade de Direito, o Programa de Intercâmbio Acadêmico Cultural Contemporâneo Brasil-Japão, ou simplesmente Programa Brasil – Japão da UERJ. Com característica interdisciplinar, o programa contava também com parceiros governamentais e da iniciativa privada dos dois países. Na época, os objetivos eram a criação de um curso de extensão de língua e cultura japonesa; o estabelecimento de convênios de intercâmbio entre a UERJ e algumas universidades japonesas; a promoção de eventos culturais e acadêmicos com foco em estudos nipônicos ou nas relações Brasil – Japão, além da formação de uma biblioteca em assuntos japoneses. Em 2000, a UERJ assinou acordo de cooperação com a TUFS, vigente até os dias atuais. As aulas de japonês no LICOM (programa do Instituto de Letras que oferece cursos e oficinas de idiomas para a comunidade) começaram em 2001. Em setembro de 2003, no reitorado da professora Nilcéa Freire, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CSEPE) autorizou a criação da habilitação Português/Japonês e respectivas literaturas sob a responsabilidade do Instituto de Letras, cuja diretora na época era a professora Maria Aparecida Salgueiro. O ingresso da primeira turma ocorreu em 2004, na gestão do ex-reitor Nival Nunes de Almeida. Atualmente, 85 estudantes estão matriculados no curso.

ERRATA
Ao contrário do que foi informado na reportagem "UERJ renova convênio com universidade japonesa e ganha escritório técnico", publicada na edição 739 do UERJ em dia, o curso de graduação Português / Japonês da UERJ iniciou suas atividades acadêmicas em 2004, tendo a criação da habilitação Português / Japonês e Respectivas Literaturas no Curso de Bacharelado do Instituto de Letras sido aprovada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão em setembro de 2003, e não em 2000. Anteriormente a esse período, já existiam na UERJ o Programa de Intercâmbio Acadêmico Cultural Contemporâneo Brasil-Japão (1999); o primeiro convênio entre a UERJ e a TUFS (2000), e o ensino da língua japonesa no curso de idiomas oferecido pelo LICOM (2001). Pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado por esse erro.

O espetáculo teatral “O Marinheiro”, do grupo Mirateatro, foi um dos projetos contemplados pelo programa “Cena Aberta 2016 – Rio de Janeiro”, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), cujo objetivo era selecionar projetos artísticos para compor a programação, no segmento das Artes Cênicas, dos teatros administrados pela Fundação. Assim, pela primeira vez a peça será encenada fora da UERJ e as apresentações ocorrerão no período de 8 de abril a 1º de maio de 2016, no Teatro Glauce Rocha, que fica na Av. Rio Branco, 179, no Centro.

A peça, que é uma encenação do poema dramático homônimo de Fernando Pessoa escrito em 1913, é dirigida pela professora do Instituto de Artes da UERJ, Nanci de Freitas, e foi apresentada pela primeira vez em novembro de 2014, na inauguração do Laboratório de Artes Cênicas, Unidade de Desenvolvimento Tecnológico da UERJ, localizado na sala 3 do Centro Cultural da Universidade. No palco, três mulheres atravessam uma madrugada espectral velando uma morta, numa atmosfera de sonho e imaginação. Enquanto esperam o amanhecer, elas narram histórias de um tempo imerso na inocência, na beleza e na vivacidade da natureza.

“Essa é uma obra raríssima. Eu vi uma montagem dessa peça há mais de vinte anos, numa montagem experimental, sendo um texto raramente encenado. É uma reflexão sobre a vida e a morte. As três atrizes são veladoras e estão velando uma pessoa que está morta. Nessa madrugada em que elas passam velando, elas vão falando sobre o sentido da vida e da morte. E, na verdade, é a pergunta: diante da morte, o que nós temos para falar? E elas vão tendo essa discussão. É um texto bastante filosófico”, explica a professora Nanci Freitas, que também é coordenadora do grupo Mirateatro.

Responsável pela montagem, o grupo “Mirateatro: espaço de estudos e criação cênica”, criado em 2007, é um projeto ligado ao Instituto de Artes da UERJ e que desenvolve atividades de pesquisa e de extensão, com produção de espetáculos e performances cênicas ligados às questões artísticas contemporâneas. As ações procuram ampliar o espaço de pensamento do teatro, tendo em vista suas possibilidades de mediação com diversas linguagens artísticas, na contemporaneidade, em particular com as artes visuais.

Tupinambás, Temiminós, Tupiniquins... As tribos indígenas que habitaram o Rio de Janeiro são o tema da exposição “O Rio de Janeiro Continua Índio”. A ser inaugurada no dia 7 de abril, às 18h30, a exposição ocupará o Salão 1 do Centro Cultural da UERJ com painéis que apresentam ao público a influência ancestral dos índios no modo de ser carioca, desde o início da colonização do Brasil até os dias atuais.

“O Rio continua índio no seu patrimônio cultural material e imaterial, em seu patrimônio linguístico, no jeito de falar e de ser. Não é possível sequer se identificar e indicar o endereço sem pagar tributo simbólico às línguas indígenas”, afirma o curador da exposição José Ribamar Bessa Freire, professor do Departamento de Estudos de Educação Inclusiva e Continuada, da Faculdade de Educação da UERJ e coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Pró-Índio / UERJ). A mostra fica aberta à visitação das 9h às 20h, de segunda a sexta-feira, no Salão 1 do Centro Cultural da UERJ, no campus Maracanã, até o dia 29 de abril.