A UERJ e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (TUFS) inauguraram, em 18 de março, um escritório para prestação de serviços nas áreas de estudos japoneses e de ensino de língua japonesa. O ato é um dos desdobramentos da assinatura do acordo de cooperação e intercâmbio entre as duas universidades, realizada no mesmo dia, no Teatro Odylo Costa, Filho, com a participação de diversas autoridades, estudantes e pesquisadores.

Sediada na UERJ, a base do Global Japan Offices no Brasil é a nona a ser inaugurada pela TUFS em parceria com o governo japonês, tendo outras já em funcionamento em Myanmar, na China, em Taiwan, na Coreia do Sul, na Espanha e na Inglaterra. O objetivo do espaço é promover a difusão da língua e da cultura japonesa pelo mundo, assim como a internacionalização de estudos acadêmicos, através de aulas, seminários, programas educacionais, ofertas de estágios, atividades voluntárias, serviços de consultorias, dentre outros.

A meta dos japoneses é atingir 38 bases ao redor do planeta nos próximos dez anos.

A inauguração celebra o centenário do curso de língua portuguesa da TUFS, renomada universidade pública federal japonesa voltada para estudos de línguas estrangeiras e assuntos internacionais, com 140 anos de tradição. Paralelamente, marca também os 16 anos de convênio firmado entre a UERJ e a TUFS, o qual já foi renovado três vezes e, agora, entra em seu quarto período. A parceria já resultou na concessão de bolsas de estudos integrais para 10 alunos de graduação da UERJ estudarem no Japão. Em contrapartida, a UERJ já recebeu mais de 30 alunos japoneses de graduação e pós-graduação da TUFS. Além disso, desde 2015, estudantes do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ) têm a possibilidade de prestar vestibular para a TUFS, onde quatro alunos do CAp irão cursar a graduação a partir de abril.

Na cerimônia de assinatura do termo, o reitor da TUFS, Hirotaka Tateishi, destacou que a relação de pesquisa entre as duas universidades tem se ampliado. “Somos a primeira universidade japonesa no estudo da língua portuguesa. Espero que nossa universidade continue a trabalhar em cooperação com o Brasil, especialmente, com o Rio de Janeiro, para promover o ensino da língua japonesa”, defendeu. Já o cônsul geral do Japão no Rio de Janeiro, Tsuyoshi Yamamoto, acredita na intensificação do intercâmbio acadêmico entre os dois países. “Considero esse processo muito positivo para o futuro nas relações dos dois países”, afirmou.

Para o reitor da UERJ, Ruy Garcia Marques, o relacionamento entre as duas universidades se fortalece com a inauguração do primeiro escritório do projeto japonês na América do Sul. Já para a vice-reitora, Maria Georgina Muniz Washington, trata-se de mais um passo na inserção da UERJ no cenário internacional, contemplando atividades de ensino, pesquisa e extensão: "A UERJ criou o curso de japonês há 16 anos na gestão do reitor Nival Nunes de Almeida. Essa integração para nós é extremamente importante. Vamos trabalhar para manter unidos os laços entre essas duas culturas".

O Global Japan Office funcionará na sala 3030, bloco E, do Pavilhão Reitor João Lyra Filho. O escritório será coordenado conjuntamente pela TUFS, pelo setor de Japonês do Departamento de Letras Clássicas e Orientais do Instituto de Letras e pelo Centro de Educação e Humanidades da UERJ.

Com a proposta de promover o livro, a leitura e uma aproximação cada vez maior com o público, a Casa de Leitura Dirce Côrtes Riedel — posto avançado da UERJ em Botafogo — iniciou, no dia 17 de março, uma nova modalidade de encontro às comunidades interna e externa da UERJ. Através de uma parceria com a Universidade de Princeton (Estados Unidos) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi lançado o evento “Jornadas Casa Dirce”, cuja proposta é discutir periodicamente, durante todo um dia, uma obra relevante e recentemente lançada no mercado editorial, sempre com a participação de intelectuais, estudantes e demais interessados.

No encontro inaugural, mais de 30 pessoas debateram o livro “Signo e Desterro — Sérgio Buarque de Holanda e a imaginação do Brasil”, de autoria do professor titular do Programa de Estudos Latino-americanos de Princeton, Pedro Meira Monteiro, que também é autor de outros estudos sobre Holanda. Lançada no ano passado pela Hucitec Editora, a obra aborda o pensamento político-social brasileiro, desenvolvido nas ciências sociais, na história e nos estudos literários, a partir de uma análise ampliada do livro “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda.

José Lúcio Nascimento Júnior cursa mestrado em Histórica na UERJ. Ao visitar pela primeira vez a Casa de Leitura, acredita que o local tem uma importância fundamental para divulgação da produção científica. “É muito bom saber que existem espaços como esse à disposição dos autores. Em relação à jornada, foi uma oportunidade de reunir pessoas de diversas áreas, com diferentes olhares sobre Sérgio Buarque. Do ponto de vista acadêmico, isso é extremamente proveitoso”, explicou.

Além do professor Pedro Monteiro, participaram do debate o ex-reitor da UERJ e fundador do espaço, professor Ivo Barbieri; a presidente da Casa Dirce, Maria Aparecida Salgueiro; o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa da Casa, João Cezar de Castro Rocha; além de pesquisadores e estudantes da UERJ, da UFRJ e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A programação completa dos eventos organizados pela Casa Dirce pode ser obtida através do telefone (21) 2334-8227 ou pelo site www.casadirce.com.br O endereço é Rua das Palmeiras, 82, Botafogo.