Equipe da UERJ participa de viagem inaugural de navio de pesquisa


Seis pesquisadores da Faculdade de Oceanografia da UERJ vinculados aos laboratórios de Geoquímica Orgânica Marinha (LAGOM), Oceanografia Química (LABOQUI) e Cultivo e Ecologia de Microalgas Marinhas (LABCULT) estão participando da 1ª comissão do novo Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira (H-39), incorporado à Marinha do Brasil em março deste ano como resultado de uma cooperação entre a Marinha, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Petrobras e a Vale.

O cruzeiro oceanográfico começou dia 27 de junho, na Cidade do Cabo, na África do Sul, e está atravessando o Oceano Atlântico, com destino à cidade de Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro.

Participam desse cruzeiro histórico para a área de Oceanografia no Brasil 18 pesquisadores brasileiros de quatro instituições de pesquisa e ensino superior: cinco dele são da Universidade Federal de Rio Grande; cinco do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial; e  dois da Universidade Federal de Pernambuco, além dos seis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O chefe científico da comissão é o Prof. Moacyr Araujo, do Departamento de Oceanografia da UFPE.

Durante o cruzeiro oceanográfico serão estudadas estruturas oceânicas de meso-escala conhecidas como vórtices das Agulhas. Estes vórtices anticiclônicos são formados na retroflexão da Corrente das Agulhas (do Oceano Índico)  e deslocam-se em direção ao oeste até a plataforma continental leste brasileira. Ao longo da sua trajetória, os vórtices transportam águas mais quentes e mais salinas (assim como organismos planctônicos) vindas do Oceano Índico para o Oceano Atlântico. Esse processo é um dos responsáveis pela regulação da circulação oceânica no Atlântico e interfere no clima e nos fluxos de dióxido de carbono (CO2) entre o oceano e a atmosfera na região.

O grupo embarcado também vai fazer medições em contínuo da atmosfera e dos fluxos de CO2, calor e momento entre o oceano e a atmosfera, além das propriedades físicas da coluna d´água. O navio possui a bordo um LOPC (Laser Optical Particle Counter), que afere a quantidade e o tamanho de partículas na água, incluindo organismos planctônicos. Serão coletadas amostras de água no interior e fora de alguns vórtices para a caracterização das propriedades físicas, químicas e biológicas do Atlântico Sul.

Com esse trabalho, espera-se obter um panorama das interações oceano-atmosfera e entre processos físicos, químicos e biológicos dentro destas estruturas de meso-escala no Oceano Atlântico. O plano de amostragens foi resultado de uma intensa troca de informações entre os cientistas de todas as instituições envolvidas. A experiência é uma oportunidade única de estudo e aprendizado para os professores, técnicos e alunos da Faculdade de Oceanografia da UERJ nesse projeto científico que contou com o apoio logístico do MCTI, do Ministério das Relações Exteriores, do CENPES/Petrobras e da empresa PROOCEANO. A comunidade oceanográfica brasileira está agradecida.

 

 

Navio Vital de Oliveira no porto da Cidade do Cabo, África do Sul.

 

 

Equipe multidisciplinar embarcada com representantes da UERJ, FURG, INPE e UFPE.

 

 

Equipe da Faculdade de Oceanografia da UERJ - laboratórios de Geoquímica Orgânica Marinha (LAGOM),

de Oceanografia Química (LABOQUI) e de Cultivo e Ecologia de Microalgas Marinhas (LABCULT)

 

 

 

 

 



Notícia publicada em: 06/07/2015