Nota em resposta ao editorial do jornal O Globo (17.09.2018)
O Jornal O Globo, em seu editorial de 17 de setembro de 2018 (“Universidades Públicas precisam se reinventar”), pede a reinvenção urgente das Universidades Públicas, em especial da UFRJ e da UERJ, nele nominalmente citadas.
Afirma, sem qualquer comprovação, que essas instituições públicas evidenciam(?) um modelo de política educacional já em exaustão(?). Afirma, ainda, que com a expansão desordenada das universidades de ensino superior público, os problemas estruturais foram agravados, levando ao “colapso”, por exemplo, a maior universidade estadual pública do Estado do Rio de Janeiro – a UERJ.
Aqui cabe a primeira de nossas objeções a este editorial:
- a partir de quais dados institucionais, coletados ou fornecidos pela UERJ, o editorialista se pautou para chegar a estas “brilhantes” e desonestas conclusões?
- como não há qualquer dado fidedigno nem sobre a UERJ e nem sobre a UFRJ, apresentado pelo editorial publicado pelo O Globo, temos todo o direito de inferir que houve, no mínimo, má fé do noticiário, o que nos leva a acreditar que esse tipo de jornalismo é que deve ser “reinventado”, já que deixa de cumprir com o que deveria ser a sua missão: buscar o bem público, checar a verdade dos fatos e manter-se fático e imparcial.
Diante dessas constatações, a UERJ repudia a visão totalmente distorcida e parcial a partir da qual foi “analisada” no editorial.
Senão, vejamos:
Primeiramente, o editorial ignora que a UERJ atende a mais de 40 mil estudantes, em todos os níveis e modalidades de ensino, muitos deles oriundos do sistema de reserva de vagas – os cotistas.
Em segundo lugar, ignora que deverão ser atendidos pela UERJ, em 2018, em suas unidades de saúde pública - Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Policlínica Piquet Carneiro (PPC) e Odontologia - mais de 230 mil pacientes, muitas vezes em procedimentos de alta complexidade.
Ignora, ainda, a posição ocupada pela UERJ e pela UFRJ, em diferentes rankings nacionais e internacionais, em que elas se posicionam – mesmo diante da grave crise econômica e política que se abateu sobre elas – entre as principais instituições de ensino superior do País.
Quanto ao Instituto de Aplicação da UERJ (CAp), este é considerado uma das melhores escolas públicas de ensino fundamental e médio.
A UERJ (re) afirma que permanece viva e funcionando ativamente, e nesse momento realizando o Vestibular para o ano de 2019.
A UERJ reafirma enfaticamente que não vive “virtual falência”, nem tão pouco está em “colapso”.
A UERJ espera que, em novos editoriais em que seja citada pelo jornal O Globo, os dados oficiais disponíveis, na página da instituição, sejam consultados e corretamente utilizados, pois são eles os dados verdadeiros e fidedignos já que produzidos por ela e transparecidos à toda a sociedade.
Encerramos com uma pergunta ao editorialista:
A quem interessa acabar com as Universidades Públicas brasileiras?
Reitoria da UERJ
Notícia publicada em: 18/09/2018