Nota da Reitoria sobre a proposta do Banco Mundial


A Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) repudia a proposta de cobrança de mensalidade na graduação e na pós-graduação stricto sensu, em quaisquer universidades públicas, preconizada pelo relatório do Banco Mundial, divulgado na última terça-feira, dia 21/11. Reconhecida internacionalmente como referência na democratização do ensino, a UERJ considera tal cobrança excludente, levando-se em conta a desigualdade social no país e, em especial, no estado do Rio de Janeiro.

 

É sobretudo nas universidades públicas que se desenvolvem pesquisas científicas de ponta e inovações que constituem a vanguarda do conhecimento.


A proposta do Banco Mundial vai, portanto, na contramão dos nossos ideais e valores.


A democratização e a união de esforços para a excelência na pesquisa e no ensino – da educação básica à pós-graduação - não são uma mera aposta. São estratégias de crescimento bem-sucedidas, como demonstra a história das nações mais desenvolvidas. São um compromisso com uma sociedade mais justa e com o desenvolvimento humano, socialmente referenciado.


A UERJ está presente, de inúmeras maneiras, na vida dos cidadãos deste Estado, desde a infância à terceira idade. Para mencionar apenas alguns destes, citamos a prevenção e remediação de acidentes naturais e a preservação do meio ambiente, com destaque para o centro de pesquisa que temos na Ilha Grande; a pioneira Universidade da Terceira Idade, que integra pessoas maiores de 65 anos às atividades da UERJ; o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad); a assessoria jurídica à população, com o Núcleo de Prática Jurídica de nossa Faculdade de Direito, que obteve o primeiro lugar no exame mais recente da OAB e que é uma das mais importantes do país, com dois professores nomeados para o Supremo Tribunal Federal (STF); a UERJ mantém, ainda, abertos à população atendimentos ambulatoriais e cirúrgicos de pequena, média e alta complexidade, por meio do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) e da Policlínica Piquet Carneiro, na área médica, e odontológica, através da Faculdade de Odontologia.


Os inúmeros programas de extensão que cultivamos em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro não são apenas referência no mundo acadêmico. São a manifestação de nosso respeito e do compromisso com a interiorização e apoio à diversidade cultural.


Dos anos fundamentais, desde o CAp-UERJ até a universidade, são incontáveis as histórias de sucesso daqueles que por nossos bancos passaram. Nossa instituição continua se destacando nacional e internacionalmente como referência no ensino público e democrático.


Praticamente um terço dos nossos estudantes de graduação (cerca de 9.000) ingressaram por meio de políticas afirmativas, com o mesmo sucesso acadêmico dos demais, conforme comprova o relatório da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro sobre a efetividade destas iniciativas. No levantamento feito pelo prestigiado Center for World University Rankings (CWUR) com as melhores universidades do mundo, a UERJ subiu 33 posições em relação ao ano de 2016. No Brasil, conquistamos a posição de oitava melhor universidade.

Tudo isso a UERJ constrói, mesmo passando por severas dificuldades.


Sabemos da nossa responsabilidade como patrimônio deste estado e desta nação.


Nossos números são nossa melhor resposta ao relatório do Banco Mundial. É a resposta de uma universidade pública, gratuita, inclusiva, transparente e de excelência reconhecida.


É a resposta que revela o nosso inarredável compromisso social.



Notícia publicada em: 24/11/2017