NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO


 O Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas da UERJ, reunido no dia 21 de junho de 2017 e presidido pelo Reitor da Universidade, vem a público repudiar o não pagamento dos salários de maio e do 13º de 2016 dos servidores docentes e técnico-administrativos, além das bolsas a estudantes e docentes. Repudia, também, e com toda a veemência, o aviltante pagamento de apenas pequena parte do salário do mês de abril, até o momento em três parcelas (R$ 700,00, R$ 300,00 e R$ 450,00). Esta atitude descumpre a liminar obtida na Justiça Federal pela OAB-RJ, que obriga o Governo do Estado a pagar os salários dos servidores da UERJ juntamente com os salários dos profissionais da Educação / SEEDUC – RJ (na última semana, a UERJ também ingressou nesta ação – amicus curiae).

A despeito de todas as ações de desrespeito e de sucateamento que nos vêm sendo impostas pelo governo do Estado, a UERJ permanece, com altivez, aberta e viva, desenvolvendo suas atividades acadêmicas de ensino, de pesquisa e de extensão, mas NÃO está NORMAL!

Tal esforço, empreendido por todos os profissionais desta relevante Instituição, traduz o respeito que temos pela população do Estado, em especial por nossos estudantes, bem como o cumprimento de nossa missão como Universidade pública de qualidade e socialmente referenciada.

Infelizmente, essas reiteradas tentativas de desconstrução da universidade pública – no caso específico, a UERJ – começam a se materializar em números, atingindo até o seu Vestibular anual. As recém-encerradas inscrições de candidatos ao Vestibular tiveram drástica redução, passando de 80.243 em 2016 para 37.393 este ano, o que significa uma queda percentual de quase 55%!

Não bastando o sério prejuízo presente, também começa a ser comprometido o futuro de novas gerações, em especial das classes populares, que dependem da Universidade pública para a continuidade de seus estudos.

Apesar do grande esforço realizado por toda a comunidade uerjiana, esta grave crise também levou, nesta semana, à redução da capacidade assistencial do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), comprometendo a oferta de serviços de saúde à população, alguns deles altamente especializados e únicos em nosso Estado.

A quem devemos responsabilizar por tamanho desastre?

Certamente não a nós, da UERJ, que estamos resistindo, bravamente, a cada dia... Esses fatos são consequência do quadro de instabilidade institucional produzido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, ao não cumprir com suas funções constitucionais.

Queremos agradecer as manifestações de apoio e de solidariedade que vimos recebendo da população fluminense, da comunidade acadêmica e de importantes instituições científicas nacionais e internacionais, neste momento de singular desrespeito do poder público estadual para com as suas Universidades (UERJ, UENF e UEZO).

Seguimos firmes na luta em defesa de nossa missão, sustentando, acima de tudo, o nosso compromisso social perante a população.

Reitoria da UERJ

Diretores de Unidades Acadêmicas da UERJ

 



Notícia publicada em: 22/06/2017