Moção de agravo do Conselho Universitário da UERJ
O Conselho Universitário da UERJ, reunido em sessão ordinária, realizada em 03 de fevereiro de 2017, apesar das precariedades impostas às Universidades Públicas deste Estado - UERJ, UEZO e UENF - manifesta seu repúdio às formas de atuação e repressão violentas e desproporcionais aplicadas pelas forças policiais militares contra manifestantes integrantes de diferentes categorias de servidores públicos e demais segmentos da população, no dia 01 de fevereiro, à frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e nas suas cercanias, em pleno Centro da Cidade do Rio de Janeiro.
Os manifestantes, em ato amplamente divulgado, exercendo legitimamente os ditames da prática democrática, pleiteavam a garantia de seus direitos como trabalhadores e a preservação de patrimônios institucionais que pertencem ao povo de nosso estado.
Os demais cidadãos, muitos dos quais exercendo apenas seu direito de transitar pela cidade, foram igualmente vítimas da atuação violenta dos órgãos da Polícia Militar, que utilizaram largamente de suas tropas e da logística armada. Tal força foi aplicada, indistintamente, para atingir os manifestantes, mas atingiu também outras pessoas, demais trabalhadores da região central, sem poupar sequer os turistas que visitavam nossa cidade.
O fechamento da Casa Legislativa, por gradis permanentes, sem nenhum caminho de intermediação ou interlocução, tem servido como “lenha na fogueira”, distanciando “Casa do Povo” de seu principal papel que é representá-lo dentro deste parlamento e alimentando confrontos que devem ser revistos, sob a ótica das melhores práticas democráticas.
O Conselho Universitário da UERJ repudia veementemente atos de violência e conclama que em seu lugar sejam reestabelecidas as bases da escuta e do diálogo qualificados e democráticos, como soluções que reflitam, de fato, todas as possibilidades técnicas e políticas para a superação da crise pela qual passa a gestão do Estado do Rio de Janeiro, sem dilapidar os nossos patrimônios públicos maiores, as Instituições e os Servidores, que servem à População do Nosso Estado.
Notícia publicada em: 07/02/2017
