Futuro do CAp UERJ é tema de audiência pública da Alerj


     A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) promoveu, em 25 de maio, uma audiência pública para discutir a situação do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp-UERJ, ocupado pelos estudantes há cerca de duas semanas. Realizado na quadra da unidade, o evento teve como objetivo promover um debate coletivo - junto a estudantes, pais, ex-alunos, professores, técnico-administrativos e administração central da UERJ - sobre as possíveis soluções para os problemas que afetam o Instituto diante da grave crise financeira do Estado do Rio de Janeiro, além das possibilidades do Poder Legislativo intermediar o diálogo perante o Executivo fluminense.


     A mesa foi composta pela reitora em exercício Georgina Muniz; pelo presidente da comissão, deputado estadual Comte Bittencourt; pelos deputados estaduais Dr. Julianelli, Eliomar Coelho, Tio Carlos e Waldeck Carneiro; pelo diretor do Centro de Educação e Humanidades (CEH), Lincoln Tavares; pela diretora do CAp, Maria Fátima de Souza Silva; por dirigentes da Associação dos Docentes da UERJ (Asduerj) e do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj); e por representantes dos comandos de greve; da Associação de Pais e Professores (APP CAp UERJ); dos funcionários terceirizados; e dos estudantes dos ensinos fundamental e médio (Gabriela Neves, Matheus Zanon e Valeska Kohan).

 


    O principal assunto da audiência foi a crise de financiamento do CAp. A comunidade local pleiteou, na ocasião, obras emergenciais de reforma e ampliação do atual prédio, a transferência futura para uma nova sede, a execução de projetos de acessibilidade, a construção de um restaurante universitário, o fornecimento de merenda escolar gratuita, o pagamento dos salários atrasados dos funcionários das empresas terceirizadas e dos professores substitutos, a retomada dos serviços de manutenção, limpeza e fornecimento de insumos, a ampliação do quadro efetivo de docentes, entre outros temas.


    O diretor do Centro de Educação e Humanidades (CEH), Lincoln Tavares, destacou a recente renovação do quadro docente na UERJ, com o ingresso de quase 600 professores em diversas unidades. Ressaltou também a visita do reitor Ruy Garcia Marques ao CAp, em 22 de maio, que abriu pessoalmente o canal de negociação junto aos estudantes. “O CAp quer estar dentro dos investimentos (governamentais) necessários e urgentes para o crescimento desta universidade e para o atendimento à população. É assim que a gente forma professores de qualidade. É assim que a gente forma o cidadão com qualidade. É assim que a gente sai daqui acreditando cada vez mais no trabalho da educação pública”, afirmou o professor, que também foi gestor do Instituto.

 


    A Reitora em exercício, Georgina Muniz, lembrou que a universidade ainda possui dívidas referentes a serviços executados em 2015 e que neste ano ainda não obteve repasse de recursos para custeio. “Sobreviver com zero é muito difícil. Temos muitos sonhos e é no diálogo que crescemos. A chama da UERJ tem que permanecer acesa. Ela está acesa em cada um de nós e não vai se apagar. Nós contamos com os parlamentares para manter acesa essa nossa tocha, que foi conquistada ao longo de muitos anos. Que nós possamos devolver à sociedade tudo aquilo que foi investido”, defendeu.  

 

   Já o presidente da Comissão, deputado Comte Bittencourt, informou que apresentará ao presidente da Alerj uma proposta de doação de recursos financeiros do próprio legislativo para investimentos em infraestrutura física do CAp. Disse ainda que a Comissão de Educação continuará à disposição para intermediar - junto à liderança do governo, Procuradoria Geral do Estado e Asduerj – negociações referentes aos ajustes no regime de trabalho de dedicação exclusiva dos docentes.



Notícia publicada em: 31/05/2016