Documentário sobre Solano Trindade é exibido na Uerj


Em sua próxima edição, a sessão “Cine & Audiovisual em Circuitos Abertos” traz à UERJ o documentário “O Vento Forte do Levante”, sobre a vida do poeta e militante Solano Trindade. Na ocasião, haverá um debate com participação do cineasta Rodrigo Dutra e mediação da professora Denise Espírito Santo. A exibição acontece no dia 19 de outubro, às 19:30h, no auditório do Instituto de Artes. A entrada para o evento é franca.


Lançado no mês de julho pelo charmoso Cineclube Mate Com Angu, em Duque de Caxias/RJ, o filme teve pré-estreia em Embu das Artes/SP, lugar em que Solano também viveu e onde mora parte de sua família. No documentário, foram utilizadas diversas locações de ambas as cidades, em especial a igreja Nossa Senhora do Pilar, patrimônio histórico fluminense. O ótimo resultado provém do empenho minucioso com que o cineasta e historiador Rodrigo Dutra e sua equipe conduziram o trabalho. “Foram três anos entrevistando, pesquisando e buscando parcerias”, comenta Rodrigo.


O filme conta com a participação especial do bisneto de Solano, Zinho Trindade, que intervém com poesias. “Solano deixou plantadas belas sementes. Na família Trindade todo mundo é artista. Em especial, me encantei por Raquel Trindade, filha do poeta, que me cedeu muitas fotografias e um local para ficar durante a produção. Os demais familiares também me ajudaram muito nessa busca de tentar entender o universo boêmio-político-poético do ‘Poeta do povo’”, conta Dutra. Vale mencionar ainda que, em sua realização, a obra recebeu apoio do Arquivo Nacional, do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, do Centro de Referência Patrimonial e Histórico de Duque de Caxias, do Núcleo de Identidade Brasileira e História Contemporânea e do Portal
Baixada Fácil.


Sobre Solano Trindade


Poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante, Francisco Solano Trindade completaria 103 anos no dia 24 de julho deste ano, se estivesse vivo. Nascido em Pernambuco, o “Poeta do Povo” morou em vários estados brasileiros, dentre eles o Rio de Janeiro. Em Duque de Caxias, entre as décadas de 1940 e 1950, o poeta negro sentiu na pele as dificuldades da classe proletária. Para chegar ao Centro do Rio, ele utilizava o Trem da Leopoldina, que imortalizou em seu poema “Tem gente com fome”. Em São Paulo, Solano fundou a feira de Embu das Artes, onde desenvolveu intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo. Ainda em Embu, sua filha Raquel criou o Teatro Popular Solano Trindade e, juntamente com ela, netos e bisnetos do artista cuidam para que sua memória continue viva. No Recife, uma estátua de Solano em tamanho natural, feita pelo escultor Demétrio, encontra-se no Pátio de São Pedro. Em Caxias, uma biblioteca comunitária no bairro Cangulo leva o seu nome. Solano está presente em nomes de escolas, movimentos sociais e ruas brasileiras. Mas, apesar de todas essas homenagens, o escritor ainda é pouco lembrado pela imprensa e historiadores oficiais.


UERJ/INSTITUTO DE ARTES apresentam


O VENTO FORTE DO LEVANTE


Sessão Cine & Audiovisual nos Circuitos Abertos
Data: 19 de outubro de 2011, quarta-feira
Horário: 19h30
Local: Auditório do Instituto de Artes da UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã - Rio de Janeiro (RJ)
Informações: (21) 2334-0912


ENTRADA FRANCA

 

 

 



Notícia publicada em: 17/10/2011